Uma médica foi indiciada por homicídio culposo após a morte de uma gestante e seu bebê no Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas, Tocantins. Segundo o inquérito, falhas no atendimento, como a ausência de exames e a não consulta a um obstetra, contribuíram para o desfecho fatal. A paciente, de 39 semanas de gestação, apresentava sintomas que incluíam febre e dificuldades para urinar, mas foi liberada sem acompanhamento especializado. Posteriormente, ela voltou ao hospital em estado grave, e apesar de uma cesariana de emergência, o bebê já estava morto, e a mãe faleceu devido a embolia pulmonar.
O caso levantou questionamentos sobre as condições de trabalho no hospital, incluindo a sobrecarga de profissionais e a falta de orientações claras para clínicos gerais quanto ao momento de acionar obstetras. Investigações apontaram que havia especialistas de plantão, mas não foram acionados no primeiro atendimento. Depoimentos de outros médicos indicam que a realização de exames poderia ter detectado complicações a tempo de aumentar as chances de sobrevivência, embora não garantisse outro desfecho.
A Secretaria de Estado da Saúde defendeu que a unidade conta com equipes completas e orientações adequadas para atendimento conjunto com obstetras em casos de dúvidas. No entanto, o Ministério Público Estadual solicitou ações para regularizar a escala de especialistas e melhorar as condições de atendimento. O caso gerou repercussão, levando a vistorias no hospital e a debates sobre a gestão da saúde materno-infantil na região.