O cheiro do suor e da cera de ouvido é influenciado por fatores genéticos, especialmente por uma variante do gene ABCC11, que está presente em cerca de 95% da população asiática. Essa variante atua como um desodorante natural, impedindo que certas moléculas do suor sejam transportadas para a pele, onde são decompostas por bactérias, causando odores desagradáveis. Assim, a ausência desse odor característico, muitas vezes associado a pessoas de origem asiática, pode ser atribuída a essa modificação genética.
Além da produção de suor, a genética também afeta a composição da cera de ouvido. A cera mais seca e esfarelenta indica a presença da variante benéfica do gene, enquanto a cera mais úmida sugere a necessidade de uso de desodorante para controlar odores. Essa relação entre a cera de ouvido e o suor pode ser uma maneira simples de verificar qual versão do gene ABCC11 um indivíduo possui, sem a necessidade de testes laboratoriais complexos.
Essas descobertas revelam como a biologia humana pode variar significativamente entre grupos populacionais, influenciando aspectos do cotidiano, como a necessidade de desodorante. A percepção do cheiro, que pode ser subjetiva e variar de região para região, também é abordada, sugerindo que fatores culturais e individuais se entrelaçam com a genética para moldar a experiência sensorial de cada pessoa.