O general Mario Fernandes sugeriu ao então presidente Jair Bolsonaro a nomeação de um ex-ministro para o cargo de Ministro da Defesa, com o intuito de conquistar apoio das Forças Armadas a favor de uma ação política. Segundo áudios obtidos pela Polícia Federal, a proposta visava dar maior força à estratégia de mobilização, que envolvia, entre outras coisas, a tentativa de intervenção política no governo, com foco na manutenção de Bolsonaro no poder. A troca no ministério seria uma tentativa de reorganizar as forças, fortalecendo o apoio de comandantes militares a um movimento considerado golpista por autoridades.
Na conversa gravada, Fernandes mencionou a necessidade de uma ação imediata e afirmou que, embora desafiadora, qualquer medida requereria coragem e a disposição para enfrentar dificuldades, inclusive com a mobilização popular, lembrando a situação de 1964. Fernandes também expressou preocupações sobre a saúde do presidente Bolsonaro, sugerindo que ele mantivesse sua postura altiva diante da crise, ainda que isso implicasse riscos para sua integridade física e política. A estratégia parecia envolver um apelo a um apoio mais direto da população.
O conteúdo das gravações foi identificado em uma investigação da Polícia Federal, que apura tentativas de desestabilização do governo eleito e de incitação a ações extremas. Além disso, o caso reflete o ambiente tenso após as eleições de 2022, quando o ex-presidente e seus aliados tentaram perpetuar sua influência, utilizando a estrutura militar para sustentar suas ações. A investigação segue em curso, com as autoridades buscando esclarecer os detalhes e as responsabilidades relacionadas às movimentações mencionadas nos áudios.