Áudios obtidos pela Polícia Federal revelam que um general sugeriu ao então presidente a possibilidade de intervir para impedir ações da PF contra manifestantes acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, em dezembro de 2022. O general expressou preocupação com a abordagem da polícia aos manifestantes contrários ao resultado das eleições e sugeriu que Bolsonaro instruísse o Ministério da Justiça ou o Ministério da Defesa para conter a atuação da Polícia Federal naquela área militar. O conteúdo foi enviado a um ajudante de ordens de Bolsonaro, destacando uma possível colaboração entre as forças para barrar ações da PF.
No mesmo período, o general esteve no Palácio da Alvorada e, à noite, enviou novas mensagens pedindo para que o ajudante de ordens conversasse diretamente com o presidente sobre a situação. A investigação da PF apura um possível plano de golpe para impedir a posse do governo eleito, e as mensagens fazem parte do processo que está sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Essas mensagens levantam suspeitas sobre o envolvimento de militares em estratégias para contestar os resultados eleitorais.
A conclusão das investigações pela PF em novembro de 2024 apontou a necessidade de encaminhamento do relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR) para decidir sobre eventuais denúncias. O ex-presidente, junto a outros envolvidos, está sendo investigado em vários inquéritos relacionados a tentativas de desestabilizar o processo eleitoral e a posse do novo governo, com a análise das evidências ficando a cargo do procurador-geral da República.