Gana, o segundo maior produtor mundial de cacau, elevou novamente o preço pago aos produtores para a safra de 2024/25, buscando aumentar a renda dos agricultores e desestimular o contrabando para países vizinhos. O presidente Nana Akufo-Addo anunciou o aumento durante uma cerimônia, afirmando que o valor subiu para 49,96 mil cedis ganenses por tonelada, um ajuste imediato em comparação aos 48 mil cedis estabelecidos no início da safra em setembro. A medida foi tomada após relatos de que agricultores estariam estocando grãos, o que poderia reduzir a oferta global e elevar os preços internacionais do cacau, já em níveis recordes.
Além do reajuste no preço, o governo de Gana busca apoiar a educação das famílias produtoras de cacau, instruindo o Cocobod a oferecer bolsas de estudo para filhos de agricultores que estão em ensino superior. A iniciativa é vista como uma tentativa de fortalecer a sustentabilidade econômica do setor, apesar de críticas de que o aumento não cobre a inflação acumulada e a depreciação cambial. Especialistas apontam que essas políticas têm um componente eleitoral, já que o país se prepara para eleições em dezembro, nas quais o vice-presidente do partido governante e o ex-presidente da oposição são os principais concorrentes.
Apesar dos esforços do governo, a crise econômica de Gana e a queda na produção de cacau em 2023/24 — o menor nível em mais de duas décadas — continuam desafiando o setor agrícola. O país, que compartilha com a Costa do Marfim o protagonismo mundial na produção de cacau, busca combater o contrabando e estabilizar a produção. Observadores indicam que a instabilidade econômica pode ser um fator decisivo nas próximas eleições, com a oposição liderando as pesquisas em meio ao cenário de crise.