O G20 Social, evento inédito que ocorrerá entre os dias 14 e 16 de novembro no Rio de Janeiro, reunirá organizações sociais de diversas partes do mundo para discutir temas centrais como a transição energética justa e os direitos das populações atingidas pelos efeitos da crise climática. O objetivo é fortalecer um movimento internacional de pessoas que sofrem as consequências das mudanças climáticas, além de pressionar por políticas públicas que atendam às necessidades das populações mais vulneráveis. O evento foi instituído pelo governo brasileiro como uma forma de integrar a sociedade civil na agenda oficial do G20, que tradicionalmente promovia encontros paralelos.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) será um dos protagonistas das discussões, abordando temas como a transição energética e os impactos da crise climática nas comunidades afetadas por desastres ambientais, como o rompimento de barragens. Além disso, o MAB pretende destacar a importância de garantir uma participação efetiva das populações atingidas na construção de soluções e políticas, como o fortalecimento da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB). A transição para um modelo energético sustentável será um dos pontos-chave da programação, com a perspectiva de criar um movimento global de resistência e articulação dos afetados.
As discussões do G20 Social servirão como preparação para a COP-30, que ocorrerá em 2025 em Belém, e para um encontro internacional de atingidos que será realizado um ano antes. A ativista Sônia Mara Maranho, do MAB, destaca que, apesar das limitações, o G20 Social é uma oportunidade para ampliar a visibilidade das lutas populares, pressionar governos e empresas a tomar responsabilidades e repensar o modelo de exploração dos recursos naturais. Ela enfatiza a importância de criar marcos regulatórios globais que garantam direitos para as populações atingidas por desastres climáticos e ambientais.