Durante a reunião final do G20 Social, realizada no Rio de Janeiro em 16 de novembro, líderes divulgaram um documento que propõe a implementação de uma taxação progressiva sobre as grandes fortunas, com o objetivo de financiar políticas públicas e enfrentar a desigualdade global. O texto também destaca a necessidade urgente de combater a desinformação, mencionando como o avanço de forças de extrema direita ameaça a democracia ao promover discursos autoritários e falsos. O documento defende uma governança mais transparente e inclusiva, abordando, de forma indireta, a falta de regulamentação das redes sociais como fator central na propagação de fake news.
Além das questões relacionadas à transparência e à democracia, o G20 Social também cobrou medidas mais rígidas para o controle do trabalho escravo e infantil, além de enfatizar a importância do direito dos povos de controlar a produção e distribuição de alimentos. No âmbito ambiental, o grupo criticou a postura de países desenvolvidos em relação ao aquecimento global e ao modelo de produção baseado em combustíveis fósseis, propondo a transição para uma economia de baixo carbono e a criação de um Fundo Internacional para a Proteção das Florestas Tropicais, com foco na inclusão socioeconômica das populações locais.
Por fim, o documento aborda a necessidade de uma reforma profunda na Organização das Nações Unidas (ONU), argumentando que o atual modelo não é mais eficaz para garantir a paz global. Propõe-se que as instituições internacionais reflitam melhor a realidade geopolítica contemporânea, com um maior envolvimento dos países do Sul Global nos processos decisórios e a modificação da dinâmica do Conselho de Segurança da ONU. O tema será novamente discutido na próxima cúpula de Chefes de Estado do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro.