O documento elaborado pelas organizações da sociedade civil durante o G20 Social, que será entregue aos líderes das maiores economias do mundo, apresenta propostas para enfrentar a fome, a desigualdade e a crise climática. A principal reivindicação é a adoção da soberania alimentar, que prioriza a produção local e o controle social da distribuição de alimentos, com ênfase em práticas agroecológicas. Em contraste com o conceito de segurança alimentar, a soberania alimentar visa empoderar os povos a decidirem o que e como produzir, sem depender de insumos estrangeiros. A declaração também pede o fortalecimento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, com foco em um fundo para financiar políticas de combate à fome.
Outro ponto central do documento é a defesa do trabalho decente, conforme os parâmetros da Organização Internacional do Trabalho (OIT), como essencial para superar a pobreza e as desigualdades. Os movimentos sociais exigem o combate à exploração laboral, incluindo o trabalho escravo e infantil, e defendem a formalização do mercado de trabalho e a promoção de economias inclusivas, como as cooperativas e a economia solidária. Além disso, há uma forte ênfase no acesso a empregos dignos, proteção social e ampliação dos direitos sindicais.
Em relação às questões climáticas, o documento pede uma transição energética justa, que substitua o uso de combustíveis fósseis por uma economia de baixo carbono. Para isso, é necessário garantir condições equitativas para trabalhadores e comunidades vulneráveis, além de proteger as florestas tropicais por meio do Fundo Floresta Tropical para Sempre, uma iniciativa brasileira. O texto também defende a reforma das instituições globais, como a ONU e o FMI, e a taxação dos super ricos, com os recursos arrecadados sendo direcionados a fundos para políticas sociais e ambientais.