O G20 Social, grupo formado por representantes da sociedade civil e do governo, convocou uma ação urgente para acelerar a transição ecológica e enfrentar as mudanças climáticas, destacando a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento econômico global. O alerta foi feito diante de eventos climáticos extremos, como as inundações em Valência, a seca na Amazônia e os incêndios florestais no Brasil, que evidenciam a crise climática em curso. Durante uma plenária sobre sustentabilidade, a economista e negociadora-chefe do Acordo de Paris, Laurence Tubiana, ressaltou os desafios impostos pelo negacionismo climático, especialmente após a eleição de líderes que minimizam a crise ambiental.
Tubiana enfatizou o papel fundamental do Brasil nas negociações climáticas internacionais, lembrando que os compromissos das últimas Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) exigem uma ação sólida e coordenada entre governos e setores econômicos. Ela apontou que, para que a transição ecológica seja justa, é necessário considerar a responsabilidade proporcional de diferentes grupos na emissão de gases de efeito estufa, destacando o impacto ambiental das viagens aéreas e a necessidade de garantir que a transição não sobrecarregue as camadas mais vulneráveis da população.
Em paralelo, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, João Paulo Capobianco, alertou que o limite de 1,5°C de aquecimento global já foi ultrapassado com seis anos de antecedência, exigindo um consenso urgente sobre ações eficazes de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Capobianco destacou que o G20 Social, que representa 80% do PIB global e das emissões de gases de efeito estufa, deve ser um fórum crucial para pressionar por compromissos concretos de redução de emissões e investimentos em soluções climáticas, a fim de evitar um agravamento da crise ambiental.