As negociações para a declaração final do G20 Brasil 2024 enfrentam dificuldades devido a divergências em temas como igualdade de gênero e ações climáticas, com tratativas que devem continuar até terça-feira (19). Apesar de avanços nas discussões, há pontos pendentes que exigem resoluções em diálogos bilaterais, como o impasse em torno da taxação de super-ricos, um dos temas mais controversos, e a oposição da Argentina a um capítulo sobre igualdade de gênero.
Em relação à agenda climática, as potências ocidentais defendem que países emergentes também assumam responsabilidades financeiras na mitigação da crise climática, o que contraria o princípio do Acordo de Paris, que estipula essa obrigação apenas para países ricos. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se opõe a essa proposta, argumentando que os países em desenvolvimento não devem ser pressionados a contribuir financeiramente para esse fundo. Esse impasse permanece um dos principais obstáculos nas negociações.
Além disso, as tensões geopolíticas, especialmente sobre a guerra na Ucrânia e a situação em Gaza, também geraram debates acalorados. As potências ocidentais buscam um posicionamento mais firme contra a Rússia, enquanto países do Sul Global exigem uma crítica mais contundente a Israel. A expectativa é que, apesar das divergências, o tema seja tratado de maneira mais genérica na declaração final, buscando um consenso que evite agravar as divisões entre os membros do G20.