A cúpula do G20, que começa no Rio de Janeiro em 18 de novembro, enfrenta um cenário marcado por profundas divergências geopolíticas e questões críticas como as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. O evento, uma das principais apostas do governo brasileiro para impulsionar o protagonismo global do país, está sendo ofuscado pela ascensão do isolacionismo, representado pela expectativa do retorno de Donald Trump à presidência dos EUA. As negociações entre as delegações avançam com dificuldade, especialmente em relação ao conflito na Ucrânia, onde o G7 e países do Sul Global não conseguem chegar a um consenso.
Além da disputa por uma declaração conjunta, a cúpula também está sendo desafiada por temas como mudanças climáticas e governança global. O Brasil tem procurado posicionar-se como mediador entre as diferentes visões, com destaque para a pressão sobre países desenvolvidos para financiar a transição energética e apoiar iniciativas de combate à fome. Contudo, a resistência de algumas nações, como os Estados Unidos e a Argentina, dificulta a criação de um comunicado final abrangente. A iminente presença de Trump traz incertezas quanto ao futuro das discussões multilaterais.
Entre os temas que devem dominar a agenda estão a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e a reforma dos organismos de governança internacional, como a ONU e o FMI. Apesar de algumas adesões à aliança contra a fome, as expectativas são de resultados modestos nas áreas de sustentabilidade e justiça climática. O encontro no Rio, com 55 delegações e 2.300 jornalistas credenciados, é visto como um teste crucial para o futuro do multilateralismo em um contexto global cada vez mais polarizado.