A Cúpula de Chefes de Estado do G20, realizada entre 18 e 19 de novembro, marca o ápice de meses de negociações lideradas pelo Brasil, cujo foco foi promover uma agenda mais inclusiva e alinhada com as necessidades do Sul Global. Durante a Trilha de Sherpas, diplomatas debateram temas como comércio, saúde, corrupção, e principalmente questões climáticas e de desigualdade. O Brasil procurou coordenar esforços para enfrentar catástrofes climáticas, a pobreza e a fome, além de avançar na governança global. A expectativa é de que a declaração final da Cúpula seja mais eficaz e pragmática, refletindo os compromissos mais concretos entre os países.
No entanto, a cúpula enfrenta desafios significativos, incluindo divisões geopolíticas sobre temas como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, que dificultam um consenso mais enfático. Além disso, propostas como a taxação dos super-ricos para financiar o combate às mudanças climáticas geraram resistência, especialmente de países como a Argentina, cujas novas posturas podem ser influenciadas pelo cenário político global. A discussão sobre esse ponto é um reflexo das dificuldades em atingir acordos em um grupo de países com interesses divergentes, especialmente em relação a reformas econômicas e fiscais.
Apesar das barreiras, o Brasil deixou legados importantes, como a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e iniciativas voltadas para o financiamento climático e a inovação tecnológica. Especialistas observam que, embora o processo de negociação seja complexo e repleto de desafios, a presidência brasileira conseguiu avançar em áreas críticas, posicionando o país como um mediador ativo em temas de relevância global. O sucesso do G20, no entanto, dependerá da capacidade de garantir compromissos concretos em questões-chave, como a reforma das instituições financeiras internacionais e a implementação de soluções para as crises climáticas e sociais.