O G20, reunião das principais economias do mundo, iniciou discussões sobre um dos maiores desafios da sociedade moderna: a desinformação nas plataformas digitais. Pela primeira vez, os líderes dos países membros incluirão o tema na pauta de debate, com o objetivo de encontrar soluções para mitigar o impacto crescente dessa prática. Especialistas alertam que a desinformação, impulsionada por novas tecnologias como a inteligência artificial, afeta questões globais como saúde pública, mudanças climáticas e desenvolvimento social, colocando em risco a eficácia de políticas públicas essenciais.
A Secretaria de Políticas Digitais do Brasil, liderada por João Brant, destaca que a desinformação não é um problema abstrato, mas uma ameaça real que interfere diretamente em áreas vitais como a educação sobre vacinas, as políticas ambientais e o combate à fome. A pesquisadora Marie Santini, do NetLab/UFRJ, argumenta que a desinformação se tornou uma “indústria” organizada e lucrativa, com impactos econômicos e sociais significativos. Estudos apontam que a maioria dos usuários de redes sociais se depara regularmente com fraudes digitais, e muitas vítimas já sofreram perdas financeiras substanciais.
As discussões em torno da regulação da desinformação no G20 devem resultar em recomendações para aumentar a transparência e a responsabilidade das plataformas digitais. Apesar das divergências políticas entre as grandes potências, há um consenso de que a resposta a esse problema precisa ser global. As soluções propostas, portanto, devem envolver regulamentações conjuntas entre os países, considerando o caráter transnacional da internet e a necessidade de ação coordenada para enfrentar esse desafio de forma eficaz.