Durante a presidência do Brasil no G20, o combate à fome e à pobreza foi colocado no centro da agenda, com a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa tem como objetivo expandir políticas públicas bem-sucedidas, como o Bolsa Família, em países com maior vulnerabilidade, além de promover uma articulação mais eficiente entre as nações e as instituições financeiras multilaterais. A aliança busca implementar programas de transferência de renda, ampliar o acesso à alimentação escolar e facilitar o fluxo de financiamento para países em desenvolvimento, com a meta de atingir 500 milhões de pessoas até 2030.
Apesar do grande apoio político, a efetividade da Aliança dependerá da capacidade de desbloquear recursos financeiros, um desafio destacado por especialistas. Embora o formato da iniciativa seja considerado inovador e promissor, a liberação de recursos será um ponto crítico. O Brasil, junto com países como Estados Unidos, França e China, comprometeu-se a apoiar a expansão da aliança, mas ainda há dificuldades em mobilizar fundos suficientes. A FAO, com o apoio de outras organizações, será responsável pela coordenação da aliança, mas o sucesso dessa mobilização financeira exigirá uma coordenação mais eficaz entre os bancos multilaterais e a continuidade de reformas nessas instituições.
O Brasil, ao liderar essa iniciativa, também busca vincular a luta contra a fome à agenda climática, com a expectativa de que o próximo ano, sob sua presidência no Brics e na COP 30, possa ampliar a sinergia entre as duas questões. Para a ONU, erradicar a fome e a pobreza continua sendo um dos maiores desafios globais, exacerbado por fatores como conflitos e a crise climática. Embora a fome tenha diminuído na América Latina, a África e a Ásia ainda enfrentam números alarmantes, o que torna a ação coordenada ainda mais urgente para alcançar as metas globais até 2030.