Os contratos futuros de trigo negociados na bolsa de Chicago subiram pela terceira sessão consecutiva, alcançando a maior cotação da última semana. A alta foi impulsionada pelas crescentes tensões entre Moscou e Washington, especialmente após o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia em território russo. Esse aumento de incertezas em torno da guerra no Mar Negro gerou temores de que a infraestrutura de exportação de grãos possa ser alvo de ataques, afetando a oferta do produto. O trigo fechou a US$ 5,6775 por bushel, após atingir US$ 5,7575, seu valor mais alto desde 12 de novembro.
Enquanto isso, os futuros de soja apresentaram queda, com o contrato de referência caindo para menos de US$ 10 o bushel. A principal razão para a desvalorização foi a expectativa de uma safra recorde no Brasil, que deve superar as estimativas anteriores. A Abiove, associação do setor, projeta uma colheita de 167,7 milhões de toneladas, o que também deverá impulsionar as exportações e o processamento doméstico de soja a novos patamares. Esse cenário de oferta abundante pressionou os preços da oleaginosa.
O milho, por sua vez, acompanhou a tendência negativa da soja e também registrou queda, com o contrato de dezembro fechando em US$ 4,275 por bushel. A fraqueza dos preços da soja refletiu um ambiente de oferta mais favorável para os grãos no Brasil, o que ajudou a pressionar os preços do milho também. O cenário global permanece marcado pela incerteza devido à guerra no leste europeu, enquanto as expectativas de uma colheita recorde no Brasil contribuem para uma perspectiva de abundância de grãos no mercado mundial.