O presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou seu compromisso com a agricultura nacional em uma publicação na rede social X, destacando que a França não assinará o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Macron apontou que o presidente argentino também expressou insatisfação com os termos do acordo, alegando prejuízos para a reindustrialização da Argentina e para a agricultura francesa. A declaração ocorreu durante sua participação no G20, no Rio de Janeiro, e foi compartilhada em um momento de grande tensão entre agricultores franceses e o governo.
Os protestos dos agricultores contra o acordo ganharam força na França, liderados por entidades como a Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA) e os Jovens Agricultores (JA). As manifestações incluíram bloqueios de rodovias e outras ações de repúdio ao acordo, que é visto como um favorecimento aos produtores do Mercosul em detrimento dos interesses agrícolas europeus. A rede Carrefour também anunciou que deixará de importar carne brasileira, citando preocupações com a insatisfação dos agricultores.
Em resposta, frigoríficos brasileiros interromperam o fornecimento de carne para o Carrefour, afetando 150 lojas da rede no Brasil. Apesar da estimativa de desabastecimento total em poucos dias, a empresa no Brasil negou que haverá impactos imediatos. O episódio ilustra as crescentes tensões comerciais e agrícolas entre a União Europeia e os países do Mercosul, com implicações significativas para os setores envolvidos.