A França se recusou a comentar diretamente sobre a possibilidade de prender o líder russo, após um mandado de prisão internacional ser emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). O mandado é relacionado a acusações de crimes de guerra, especificamente o deslocamento forçado de crianças da Ucrânia. Em uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês afirmou que, embora todos os países signatários do TPI, como a França, estejam comprometidos com a aplicação da justiça, a questão da imunidade de certos líderes internacionais permanece complexa. Ele destacou que, segundo os estatutos do tribunal, esses assuntos podem ter interpretações jurídicas divergentes entre os Estados.
A situação ocorre em meio a pressões relacionadas ao mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, que também é alvo de um processo no TPI por crimes cometidos durante o conflito em Gaza. O governo francês se alinhou com a ideia de que, como Israel não ratificou o tratado que criou o TPI, seus líderes teriam imunidade em relação à corte. O mesmo raciocínio é aplicado ao caso do presidente russo, já que a Rússia não é signatária do tribunal, o que torna mais difícil a aplicação do mandado de prisão em solo francês.
A França reiterou seu compromisso com a aplicação do direito internacional, mas indicou que cada situação poderia ser analisada de forma distinta, dependendo das especificidades legais e políticas. Apesar de enfatizar a importância de responsabilizar indivíduos por crimes graves, o governo francês também destacou as dificuldades legais em impor medidas contra líderes de países não signatários do TPI.