A ministra da Agricultura e da Soberania Alimentar da França, Annie Genevard, reiterou sua oposição ao acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, destacando que o tratado prejudica os agricultores europeus devido à concorrência desleal e não cumpre os padrões ambientais e sanitários exigidos pela UE. Genevard enfatizou que a posição da França, amplamente apoiada politicamente, não busca proteger a agricultura europeia de maneira protecionista, mas sim garantir a sustentabilidade econômica e ambiental para os produtores locais. Ela acredita que essa postura tem influenciado o debate dentro da União Europeia, alterando a direção das discussões.
O acordo, que está sendo negociado desde 1999 e finalizado em 2019, enfrenta resistência interna na União Europeia, especialmente por parte de países como França e Polônia. As críticas giram em torno do risco de entrada de produtos agrícolas sul-americanos que não atendem aos rigorosos padrões de qualidade e segurança exigidos pela UE, como o uso de substâncias químicas proibidas no bloco. Nos últimos dias, protestos de agricultores na França e na Polônia aumentaram a pressão contra a ratificação do tratado.
Além das questões agrícolas, Genevard também criticou a falta de compromissos claros do acordo em relação à sustentabilidade e transparência. Ela reiterou que não é aceitável abrir o mercado europeu para produtos que não respeitem os mesmos padrões exigidos aos produtores locais. A oposição de agricultores poloneses também ganhou destaque, com a suspensão dos protestos após o governo da Polônia se comprometer a rejeitar o tratado, mantendo uma posição firme contra o acordo, conforme as demandas do setor agrícola.