Evandro Teixeira, um dos principais fotojornalistas do Brasil, faleceu nesta segunda-feira, 4, aos 88 anos, após complicações de uma pneumonia que resultaram em falência múltipla de órgãos. Internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ele deixa a esposa Marli, com quem foi casado por 60 anos, duas filhas e três netas. O velório será aberto ao público na terça-feira, 5, na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio.
Nascido em 1935 em Irajuba, na Bahia, Evandro Teixeira deixou sua cidade natal para se dedicar à fotografia, tornando-se um dos grandes cronistas visuais do Brasil. Sua carreira no Jornal do Brasil durou 47 anos, período em que capturou momentos cruciais da história brasileira, como o golpe militar de 1964 e a ocupação do Forte de Copacabana, onde se disfarçou para garantir suas imagens. Conhecido por seu trabalho em preto e branco, suas fotografias se tornaram símbolos de resistência e memória, especialmente durante os anos de repressão da ditadura militar.
Evandro documentou a repressão com um olhar atento, registrando eventos como a Passeata dos 100 Mil, em 1968, e outras manifestações marcantes contra o regime. Seu compromisso com a verdade histórica transformou seu trabalho em uma ferramenta de resistência, garantindo que os horrores da ditadura fossem preservados na memória coletiva. Em entrevistas, ele refletia sobre os riscos de seu ofício, mostrando como o fotojornalismo foi uma forma de denúncia e compromisso com a sociedade brasileira.