O renomado fotojornalista Evandro Teixeira faleceu nesta segunda-feira (4), no Rio de Janeiro, aos 88 anos, após complicações de uma pneumonia que resultaram em falência múltipla de órgãos. Internado na Clínica São Vicente, ele dedicou mais de 70 anos ao fotojornalismo, capturando momentos marcantes da história brasileira e mundial. Suas imagens em preto e branco se tornaram documentos visuais, eternizando episódios como a repressão ao movimento estudantil de 1968 e a tomada do Forte de Copacabana em 1964, símbolo da era de governos autoritários no Brasil.
Natural de Irajuba, Bahia, Evandro iniciou sua carreira em Salvador em 1958 e se destacou no Jornal do Brasil a partir de 1963, onde trabalhou por quase 47 anos. Entre suas coberturas internacionais mais importantes está o golpe militar no Chile, em 1973, onde, mesmo sob forte vigilância, documentou abusos aos direitos humanos e registrou com exclusividade a morte do poeta Pablo Neruda. Suas fotos também denunciaram desigualdades sociais no Brasil, como no episódio em que fotografou carne bovina sendo entregue a militares em um período de escassez para a população.
A morte de Evandro gerou repercussão nacional, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacando a importância de seu legado fotográfico, composto por mais de 150 mil imagens que capturam desde a fome e a pobreza até eventos esportivos e culturais. Suas obras estão preservadas em importantes acervos, como os do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e o Instituto Moreira Salles, perpetuando sua visão única sobre a realidade brasileira e mundial.