Uma inspeção realizada no Pronto Socorro do Guamá, em Belém, revelou uma série de problemas estruturais e operacionais graves em uma das unidades de saúde de referência no atendimento porta-aberta da Região Metropolitana. Entre as irregularidades constatadas estão superlotação, falta de medicamentos e atraso no pagamento de salários. A fiscalização foi conduzida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-PA) com o apoio do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e apontou condições precárias que impactam diretamente o atendimento aos pacientes.
Durante a vistoria, foram identificadas situações críticas, como medicamentos vencidos, falta de insumos essenciais para o funcionamento de respiradores, relatos de amputações que poderiam ter sido evitadas e óbitos relacionados à ausência de medicamentos indispensáveis, como adrenalina. A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) reconheceu os desafios enfrentados pela unidade e afirmou que o reabastecimento de medicamentos e insumos foi iniciado gradualmente, conforme cronograma definido pelos fornecedores. Além disso, a secretaria destacou que as unidades de atendimento porta-aberta, devido à alta demanda em horários de pico, podem enfrentar superlotação, mas garantiu que os pacientes continuam sendo atendidos.
Quanto ao pagamento dos profissionais de saúde, a Sesma informou que os recursos foram repassados à empresa responsável no dia 18 de novembro, com os pagamentos sendo realizados no dia seguinte. O relatório da inspeção será encaminhado ao MPPA, à Sesma e à Vigilância Sanitária para as devidas providências. A situação do hospital reflete desafios significativos na gestão da saúde pública na região, com impactos diretos sobre a qualidade do atendimento prestado à população.