A prefeita de Freetown, Aki Sawyerr, destacou a necessidade de que os países mais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa financiem os esforços para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, especialmente nas cidades. Durante a cúpula do Urban 20, que reuniu prefeitos de várias grandes cidades do mundo, Sawyerr afirmou que os países que mais causam desastres climáticos, como secas, enchentes e queimadas, devem ser os que assumem a maior parte dos custos para mitigar esses efeitos, em referência aos países desenvolvidos.
A questão do financiamento climático foi um dos principais temas debatidos no encontro, com foco na origem dos recursos necessários para ações de adaptação e resiliência nas cidades. Sawyerr questionou a falta de clareza sobre de onde virão esses fundos e cobrou uma resposta concreta dos países do G20, que têm a responsabilidade de garantir a alocação desses recursos. O Brasil, por meio da presidência do G20, tem defendido fortemente que os países desenvolvidos devem contribuir financeiramente para a preservação de ecossistemas, como a Amazônia, que desempenham papel crucial no equilíbrio climático global.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, por sua vez, minimizou as dificuldades em relação ao financiamento, apontando que existem recursos em bancos multilaterais. No entanto, Paes ressaltou que o grande desafio seria a criação de um sistema eficiente para garantir que esses fundos cheguem rapidamente às prefeituras, sem que sobrecarreguem as finanças nacionais. O debate sobre a distribuição dos recursos e a arquitetura financeira adequada para enfrentar as mudanças climáticas continua sendo um dos principais pontos de divergência entre países emergentes e desenvolvidos no cenário global.