A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, defendeu que a proposta de mudança na jornada de trabalho, especificamente o fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho para um de descanso), traria benefícios significativos para as mulheres no Brasil. A medida, que faz parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 6×1), tem como objetivo reduzir a carga horária semanal para 36 horas, possibilitando mais tempo para que as mulheres se dediquem ao autocuidado e às suas responsabilidades pessoais e familiares. A PEC foi apresentada pela deputada Erika Hilton e segue em tramitação no Congresso, necessitando de 308 votos para sua aprovação.
A ministra também ressaltou a importância da Política Nacional de Cuidados, que visa apoiar as mulheres, especialmente as de comunidades periféricas e rurais, na divisão das responsabilidades familiares, frequentemente sobrecarregando-as com tarefas não remuneradas. A implementação dessa política, junto com a PEC 6×1, é vista como uma estratégia para promover a igualdade de gênero no mercado de trabalho e em outras esferas da vida. A Política Nacional de Cuidados, que foi recentemente aprovada pela Câmara dos Deputados, busca criar alternativas como lavanderias comunitárias e centros de cuidados para idosos, proporcionando mais tempo livre para as mulheres.
Além disso, Cida Gonçalves abordou o tema da igualdade salarial, lembrando que, apesar da Lei da Igualdade Salarial sancionada em 2023, as mulheres ainda enfrentam uma significativa disparidade de remuneração em relação aos homens. Em algumas áreas, as mulheres ganham 20,7% a menos que os homens, e a diferença é ainda maior entre as mulheres negras. A ministra enfatizou a necessidade de fortalecer a aplicação da lei e garantir que os direitos das trabalhadoras sejam efetivamente respeitados, uma tarefa que deve ser acompanhada de perto por empresas e sociedade para que a desigualdade salarial seja erradicada no Brasil.