Pedro Freire, cineasta brasileiro, chega à sua estreia em longas-metragens com “Malu”, um filme que explora memórias e sentimentos pessoais relacionados à sua relação com a mãe, que faleceu em 2013. Com uma recepção calorosa no Festival do Rio, onde conquistou quatro prêmios, o filme estreou nos cinemas, abordando temas complexos sobre a violência intergeracional e a busca por identidade. Freire revela que a criação do roteiro foi um processo emocional, marcado por intensa reflexão e autoconhecimento, através de dez revisões e a influência de sua psicanalista.
A trama segue Malu, uma mulher que revisita seu passado como artista e sonha em transformar seu espaço precário em um teatro. Entretanto, a narrativa revela um ambiente permeado pela violência, refletindo os traumas vividos por três gerações de mulheres em sua família. A avó, que sofreu abusos, perpetua esse ciclo de violência, e Malu, por sua vez, transmite esse comportamento para sua filha. Através de uma análise psicanalítica, Freire encontrou o fio condutor da história, trazendo à luz os impactos de traumas intergeracionais.
Na exibição do filme em Sundance, Freire compreendeu que “Malu” não era apenas uma catártica jornada pessoal, mas uma história significativa sobre sua mãe e as complexidades da dor familiar. Ele destaca que o filme tem como propósito contar uma narrativa que ressoe com o público, além de refletir suas experiências e sentimentos. “Malu” se estabelece como uma obra que transcende a autobiografia, abordando questões universais sobre a violência e a busca por cura emocional.