O projeto Ferrogrão, uma ferrovia planejada para ligar Sinop (MT) ao Porto de Miritituba (PA), enfrenta desafios significativos relacionados a questões ambientais e econômicas. A ferrovia, proposta inicialmente no governo Dilma Rousseff e incluída no Programa de Parcerias de Investimentos em 2016, depende de um traçado que atravessa áreas do Parque Nacional do Jamanxim. Contudo, mudanças nos limites do parque, realizadas por medida provisória durante o governo Temer, foram questionadas judicialmente por sua possível inconstitucionalidade, resultando em uma suspensão temporária pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além do impasse ambiental, há preocupações econômicas sobre a viabilidade da ferrovia. O traçado paralelo à BR-163 pode criar concorrência entre os modais ferroviário e rodoviário, impactando negativamente a rentabilidade do projeto. Para contornar esse desafio, o governo estuda uma concessão conjunta da Ferrogrão com a BR-163, permitindo que ambos os ativos sejam operados por um único gestor, com o objetivo de atrair mais investidores ao projeto. Essa ideia, no entanto, ainda está em análise e não foi oficialmente decidida.
O governo também busca realizar o licenciamento ambiental antes do leilão da ferrovia, como forma de aumentar a atratividade do investimento. Apesar das dificuldades, o projeto foi reintegrado ao novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2023, com foco em estudos para futuras concessões. A viabilização da Ferrogrão continua a ser uma questão estratégica para melhorar o escoamento de grãos, mas enfrenta resistência devido ao impacto ambiental e à complexidade de sua execução econômica.