O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, será feriado nacional a partir de 2024, em memória a Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do período colonial. Instituída pela Lei 14.759/2023, a data substitui o 13 de maio como marco da luta antirracista, que, segundo ativistas, falhou em reconhecer as necessidades dos ex-escravizados. O movimento que originou o feriado foi impulsionado pelo Grupo Palmares, fundado em 1971 no Rio Grande do Sul, durante o regime militar, por jovens negros que debatiam a valorização da história e da contribuição afro-brasileira.
O processo para transformar a data em feriado foi longo e envolveu debates no Congresso e mobilização de movimentos sociais. Oficializada como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra em 2011, a proposta enfrentou resistência antes de ser sancionada pelo governo em dezembro de 2023. Atualmente, a data é vista como um dia de reflexão sobre o impacto do racismo estrutural e o papel da população negra na construção do Brasil, destacando conquistas como cotas raciais e políticas afirmativas, mas também a necessidade de avançar no combate à desigualdade.
A instituição do feriado é considerada uma vitória histórica, mas seus idealizadores enfatizam que o objetivo não é apenas descansar, e sim promover debates e conscientização. Para os fundadores do movimento, a educação é essencial para combater preconceitos e desigualdades. A escolha do 20 de novembro simboliza o protagonismo negro, convidando toda a sociedade, inclusive aqueles com visões preconceituosas, a refletir sobre suas atitudes e o significado dessa data no contexto nacional.