O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, tornou-se feriado nacional em 2024, após sanção presidencial. A data, que já era feriado em algumas localidades, marca a morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra, e destaca a importância de valorizar a história e a cultura afro-brasileira. Anicet Okinga, pesquisador do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), enfatiza que a data não é apenas um memorial histórico, mas um marco de conscientização sobre o racismo estrutural e as desigualdades enfrentadas pela população negra no país.
Okinga utiliza analogias com eventos históricos e religiosos, como a Páscoa judaica e cristã, para contextualizar a relevância do 20 de novembro. Assim como a Páscoa simboliza libertação e renovação, o Dia da Consciência Negra relembra a escravidão, celebra a resistência e promove reflexões sobre o futuro. Contudo, ele destaca que a marginalização da população negra persiste desde a abolição, com reflexos visíveis em desigualdades sociais, econômicas e na representatividade em espaços de poder.
Apesar do avanço representado pela oficialização do feriado, desafios significativos permanecem. Dados indicam que negros enfrentam taxas mais altas de desemprego, menor remuneração e baixa presença em cargos de liderança. Okinga ressalta que o feriado deve ser visto como uma oportunidade para repensar o papel da sociedade na construção de um país mais inclusivo e equitativo, além de fortalecer a luta pelo reconhecimento e cumprimento dos direitos da população negra.