A artesã Maria das Chagas Gomes, de 73 anos, se dedica há três décadas ao trabalho com cipó-titica, uma fibra retirada de árvores amazônicas, tradicionalmente usada por comunidades indígenas. Em 2024, ela participa da Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr), onde exibe e vende uma variedade de produtos, como vassouras, cestos, potes e vasos. Os itens, delicadamente trançados, ajudam Maria a complementar a renda familiar e são oferecidos com preços entre R$ 10 e R$ 100.
A Expoferr, realizada no Parque de Exposições Dandãezinho, em Boa Vista, é uma feira agropecuária que chega à sua 43ª edição, organizada pela Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Roraima (Faerr). O evento deve atrair cerca de 500 mil pessoas e movimentar R$ 600 milhões em negócios. O espaço, de mais de 93 mil m², é uma vitrine para o agronegócio e a cultura local, reunindo produtos típicos e artesanato regional.
A trajetória de Maria das Chagas reflete a sustentabilidade e a técnica artesanal da região amazônica, com o cipó-titica sendo um recurso ecológico e acessível, extraído das florestas de forma cuidadosa. Hoje, Maria adquire o material em vez de retirá-lo diretamente, um processo que considera mais sustentável. As peças, cuidadosamente planejadas e tecidas com habilidade, destacam-se pela funcionalidade e beleza, sendo apreciadas tanto por moradores locais quanto por visitantes da feira.