O Comitê de Basileia, formado por reguladores financeiros globais, enfrentou dificuldades para avançar com um plano que exigiria que os bancos divulgassem seus riscos climáticos. A proposta foi amplamente ajustada após a resistência dos EUA, liderados pelo Federal Reserve (Fed), que se opôs à ideia de regulamentações climáticas obrigatórias para as instituições financeiras. Embora o Fed tenha reconhecido a importância do tema, ele afirmou que não estava pronto para endossar a proposta, o que levou a um impasse nas discussões sobre a integração de riscos climáticos às regras globais bancárias.
A decisão dos EUA contrasta com a postura de outros países, como os membros do Banco Central Europeu (BCE), que têm exigido medidas mais rigorosas para que os bancos da região se adaptem às mudanças climáticas. Enquanto o BCE e outras autoridades europeias pressionam por maior transparência e compliance em relação a riscos climáticos, o Fed tem sido mais cauteloso, argumentando que suas atribuições não incluem forçar uma transição energética nas instituições que supervisiona. Isso tem gerado tensões internas dentro do Comitê de Basileia, com alguns países, como o Japão e a Itália, expressando frustração com a posição dos EUA.
As divergências podem prejudicar o objetivo do Comitê de Basileia de estabelecer normas globais de divulgação climática para os bancos. A reunião de novembro será crucial para tentar resolver o impasse, mas a possibilidade de arquivar a proposta sem um acordo parece crescente. Se isso ocorrer, o Comitê poderá enfrentar um retrocesso significativo em sua tentativa de alinhar os reguladores financeiros globais no combate aos riscos financeiros decorrentes das mudanças climáticas.