O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que não renunciará ao cargo mesmo que um pedido venha do presidente eleito Donald Trump. Em uma coletiva de imprensa realizada após a última reunião de política monetária do Fed, Powell respondeu de forma enfática à pergunta de um repórter, confirmando sua permanência. Durante essa mesma reunião, o Fed decidiu por uma redução de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros, decisão que ocorreu pouco após o período eleitoral nos Estados Unidos.
Powell também reforçou a visão de que o mercado de trabalho não tem sido uma fonte de pressão inflacionária, respondendo a questões sobre o contexto econômico. Em relação ao processo decisório do Fed, ele destacou que, a curto prazo, as eleições norte-americanas não devem interferir diretamente nas decisões da instituição. Apesar disso, o mercado futuro de taxas de juros da CME indicou uma crescente expectativa de que o Fed possa manter as taxas inalteradas em dezembro, ainda que uma nova redução de 0,25 ponto percentual continue sendo uma possibilidade.
A independência do Fed foi ponto de destaque, com discussões sobre a influência presidencial em suas decisões. Trump, em declarações passadas, mencionou sentir que o presidente dos Estados Unidos deveria ter uma palavra sobre a condução das políticas de juros, destacando sua própria experiência em negócios como um fator que, segundo ele, o tornaria mais apto a opinar nas decisões. Essa declaração trouxe novamente o tema da autonomia do Fed ao debate público, reforçando a importância da independência da instituição na gestão econômica.