Após as eleições presidenciais nos Estados Unidos, mensagens de texto de teor racista foram enviadas em massa a pessoas negras, suscitando uma investigação do FBI e do Departamento de Justiça. As mensagens, com referências explícitas à escravidão, foram direcionadas a homens, mulheres e crianças negras, sugerindo que embarcassem para uma plantação de algodão. A Comissão Federal de Comunicações (FCC) uniu-se às investigações, que incluem também autoridades estaduais, em uma tentativa de rastrear a origem das mensagens, ocultada por meio de um serviço de VPN, o que dificulta a identificação dos responsáveis.
A procuradoria de diversos estados, incluindo Louisiana e Maryland, está envolvida no caso. Segundo o procurador-geral de Maryland, muitas das mensagens incluíam nomes específicos de crianças, o que sugere uma possível aquisição de dados pessoais por parte dos responsáveis. AT&T e Verizon, principais operadoras de telefonia, notificaram a entidade reguladora de comunicação sem fio, a CTIA, e colaboram na tentativa de bloquear e rastrear os números de envio.
Cori Faklaris, especialista em segurança digital da Universidade da Carolina do Norte, levanta a possibilidade de que as informações pessoais dos destinatários possam ter sido adquiridas através de pacotes de dados disponíveis comercialmente na internet. O caso evidencia um problema crescente de segurança digital e privacidade, e as autoridades buscam respostas em meio a um ambiente digital onde a proteção de dados enfrenta desafios complexos.