A família de Francisco Wanderley Luiz, o homem responsável por explodir bombas perto do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que ele estava obcecado por política nos últimos anos, o que afetou seu comportamento. Segundo um dos seus irmãos, Francisco, que até então era uma pessoa tranquila e trabalhava como chaveiro, começou a se envolver cada vez mais com grupos políticos extremistas após as eleições de 2022. O familiar afirmou que o contato com o irmão foi se tornando raro, especialmente após a intensificação de seu discurso político, o que dificultava a convivência.
Francisco participou de acampamentos em rodovias de Santa Catarina contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva e demonstrava crescente hostilidade, alimentada por interações com grupos extremistas na internet. A família, surpreendida pela violência do ato e pela morte de Francisco, ainda expressou descrença sobre a possível intenção de matar o ministro do STF Alexandre de Moraes, alvo do atentado. As investigações indicam que o atentado teve como objetivo atacar a sede do Supremo, e o autor dos atos seria influenciado por sentimentos de ódio gerados por sua radicalização política.
O homem vivia em Ceilândia, no Distrito Federal, onde preparou pelo menos parte dos artefatos explosivos utilizados no atentado. Além da residência, ele alugou um trailer próximo à Praça dos Três Poderes, onde se encontravam outros veículos adaptados para a venda de alimentos. A Polícia Federal investiga as circunstâncias do crime, incluindo como Francisco obteve recursos para financiar sua estadia na capital e se agiu sozinho ou contou com apoio externo para realizar o ataque.