No Maranhão, a falta de acesso a banheiros dentro de casa é uma realidade para quatro em cada dez moradias, destacando um problema que supera a média nacional. O levantamento do Instituto Trata Brasil revela que mais de 4,4 milhões de brasileiros vivem sem banheiro, sendo 63% deles na região Nordeste. Além disso, o estudo aponta que o Maranhão é um dos estados mais afetados, onde 13% da população enfrenta essa situação, agravada pela ausência de água encanada em muitas residências.
A ausência de saneamento básico impacta diretamente a saúde pública. Em 2022, o estado registrou 30 mil internações por doenças relacionadas à água contaminada, representando uma significativa parcela das 190 mil internações ocorridas no Brasil por essas condições. Segundo especialistas, o principal fator que perpetua o problema é a falta de investimentos adequados. No Maranhão, a média anual de investimento por habitante em saneamento é de apenas R$ 25, enquanto a média nacional é de R$ 111, e o ideal seria R$ 230 por habitante.
O governo do estado informou que já distribuiu kits modulados para famílias cadastradas no CadÚnico, enquanto atribui aos municípios a responsabilidade pela implementação de banheiros. A prefeitura de Itapecuru Mirim, uma das cidades afetadas, declarou que as obras de saneamento estão sendo retomadas e que um termo de ajustamento de conduta está em andamento para melhorar as condições locais. Especialistas reforçam que esforços coordenados e maior alocação de recursos são essenciais para enfrentar o problema de forma eficaz.