Um levantamento do IBGE revelou que no Espírito Santo mais de meio milhão de imóveis não têm número registrado, e cerca de 50 mil ruas não possuem nome oficial. Esses endereços incompletos dificultam a localização dos moradores, afetando principalmente o acesso a serviços essenciais, como saúde e segurança. A falta de numeração e denominação de vias coloca os cidadãos em situação de vulnerabilidade, dificultando, por exemplo, o trabalho de equipes de resgate e o atendimento de urgências. A cidade de Santa Leopoldina, onde quase 90% das casas não têm número, é apontada como a mais afetada.
Além dos desafios no atendimento de serviços públicos, a falta de registros prejudica a logística de entregas. A crescente demanda por encomendas no Espírito Santo, impulsionada pelo aumento das compras online, tem gerado dificuldades para os Correios e entregadores, que muitas vezes não conseguem localizar os destinatários devido à imprecisão dos endereços. O uso de GPS também não resolve o problema, já que a tecnologia não é capaz de localizar algumas ruas ou endereços com precisão. Isso gera transtornos tanto para quem recebe como para quem realiza a entrega.
A pesquisa também apontou que o Brasil enfrenta um problema generalizado, com 2,7 milhões de ruas sem nome e 24,3 milhões de casas sem número. A situação não é exclusiva do Espírito Santo, mas os impactos para os cidadãos são sentidos em diversas áreas, como o acesso à cidadania, o monitoramento de dados pelo IBGE e até na realização de pesquisas nacionais. A falta de um endereço formal impede a inclusão plena das pessoas nos sistemas de saúde, educação e outros serviços públicos essenciais.