A exposição “Caipiras: das derrubadas à saudade”, realizada na Pinacoteca de São Paulo, celebra os 120 anos do museu e destaca a figura do trabalhador rural como elemento central da formação cultural e econômica do estado. A mostra aborda a representação do caipira, um personagem frequentemente esquecido, mas essencial na história do Brasil. Obras como “O Caipira Picando Fumo” e “Amolação Interrompida”, de Almeida Júnior, compõem a narrativa que revisita o papel desse trabalhador simples, cujas mãos ajudaram a construir São Paulo durante a transição de uma economia agrícola para uma mais modernizada.
O evento também reflete sobre a relação do caipira com a natureza e o impacto ambiental causado pelo avanço da urbanização e do agronegócio. Com um olhar ativista, a exposição ressalta a denúncia artística sobre a exploração da terra, evidenciando como essa preocupação já era manifesta há mais de um século. Obras como “Saudade”, que retrata o luto e a memória de tempos perdidos, convidam o público a refletir sobre as transformações sociais e ambientais que marcaram a história do campo.
Mais do que uma celebração nostálgica, a exposição reafirma a resistência e a relevância da cultura caipira na contemporaneidade. Elementos como a viola e imagens icônicas reforçam a conexão emocional do público com suas raízes rurais. A curadoria da mostra busca não apenas emocionar os visitantes, mas também trazer à tona debates sobre identidade cultural, preservação ambiental e o valor das contribuições históricas do caipira na construção da sociedade brasileira.