As exportações chinesas registraram em outubro seu maior crescimento em mais de dois anos, impulsionadas por um aumento nas remessas para os principais mercados. Esse movimento ocorreu devido à antecipação de tarifas adicionais que podem ser impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, reforçando a ameaça de uma possível guerra comercial em duas frentes. Esse cenário de incertezas econômicas levou as fábricas chinesas a acelerarem seus embarques, buscando aproveitar o momento antes que novas tarifas possam entrar em vigor.
A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA trouxe à tona suas promessas de campanha, incluindo a intenção de implementar tarifas elevadas sobre importações chinesas. Esse fator tem gerado apreensão entre empresários e trabalhadores chineses, considerando que cerca de US$ 500 bilhões em exportações para os EUA estão em jogo. A União Europeia, que no último ano recebeu US$ 466 bilhões em produtos chineses, também está em alerta para possíveis desdobramentos na relação comercial com a China.
Os dados alfandegários mostram que as exportações chinesas cresceram 12,7% em comparação com o ano anterior, superando amplamente as previsões de economistas, enquanto as importações caíram pela primeira vez em quatro meses. O superávit comercial da China aumentou para US$ 95,27 bilhões. Analistas preveem que as exportações continuarão fortes no curto prazo, enquanto importadores dos EUA ampliam suas compras para antecipar possíveis tarifas.