A proposta de anistia para os envolvidos nos atentados de 8 de janeiro tem sido discutida no Congresso, mas o recente atentado em Brasília, com explosões na Praça dos Três Poderes, gerou forte reação, especialmente entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Esses atentados, ocorridos na noite de quarta-feira (13), são vistos como uma continuidade das ações extremistas e complicam qualquer chance de anistia para os responsáveis pelos ataques. De acordo com membros da Corte, as explosões reforçam a gravidade do cenário e inviabilizam qualquer movimento para suavizar as penas dos envolvidos, incluindo os que participaram do ataque ao Capitólio brasileiro.
Apesar de ser considerada inconstitucional por juristas, a proposta de anistia estava sendo defendida por alguns setores, inclusive pelo ex-presidente, com a ideia de reverter sua inelegibilidade. O novo episódio, entretanto, deve frustrar esses esforços, visto que ele é encarado como um novo ataque contra as instituições democráticas e uma tentativa de reavivar o movimento golpista, que segue sendo alimentado por grupos extremistas. A explosão na área externa do anexo IV da Câmara dos Deputados e a segunda, que resultou em uma morte em frente ao STF, são tratadas como um claro ato de terrorismo pelas autoridades.
As investigações sobre os atentados serão conduzidas pela Polícia Federal, com foco no terrorismo. O inquérito que apura a tentativa de golpe de estado após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 também deve avançar rapidamente, com o novo episódio funcionando como um catalisador para a conclusão dos processos em curso. A Polícia Federal investiga agora os dois atentados, com um dos episódios envolvendo a explosão de um veículo em frente ao STF, resultando na morte de seu proprietário. O caso está sendo tratado com a máxima urgência e as autoridades buscam esclarecer as motivações e responsáveis pelas ações.