A proposta de anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, que ainda tramita no Congresso, foi severamente impactada pelos atentados registrados em Brasília na noite de quarta-feira (13). Juristas apontam que a anistia é inconstitucional, mas ela continuava sendo debatida, especialmente por alguns parlamentares da extrema direita, que buscam amenizar as penas dos responsáveis pelos ataques de janeiro. No entanto, as explosões recentes, que ocorreram em áreas próximas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Câmara dos Deputados, são vistas como uma continuidade dos atos golpistas de janeiro e devem dificultar a aprovação de qualquer medida de perdão.
Para ministros do STF, o episódio de quarta-feira reforça a avaliação de que o país ainda enfrenta um movimento golpista em certos setores da sociedade, o que torna inviável qualquer tipo de anistia aos envolvidos. Esse clima de polarização é alimentado por alguns parlamentares que, inspirados em modelos de perdão como o dos EUA após o ataque ao Capitólio, tentam articular uma suavização das penas. No entanto, os atentados mostram que o movimento golpista não está restrito a um evento isolado, mas continua presente e ativo, alimentando extremistas e gerando tensão no cenário político.
As investigações sobre as explosões seguem em andamento e são tratadas pela Polícia Federal como atos terroristas. Dois episódios principais ocorreram: uma explosão em um carro estacionado perto da Câmara dos Deputados e outra, fatal, em frente ao STF, que resultou na morte de um homem. A PF e a Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo investigam os fatos, e a conclusão do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual o ex-presidente está incluído, pode ser acelerada devido aos novos desdobramentos. O caso deve aumentar a pressão política e jurídica sobre os envolvidos nas tentativas de desestabilização do governo eleito.