Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, foi identificado como o autor das explosões que ocorreram na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 13 de novembro. O homem, conhecido por suas postagens nas redes sociais com teorias conspiratórias e críticas a figuras políticas e instituições, atuava como chaveiro e havia se candidatado a vereador em 2020, sem sucesso. Ao longo dos últimos meses, Francisco demonstrava sinais de dificuldades emocionais e esteve afastado da família, conforme relatos de seu filho adotivo e de conhecidos.
O ataque, que foi precedido por publicações ameaçadoras nas redes sociais, foi uma tentativa de ação violenta contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal. Em suas postagens, ele expressava insatisfação com o governo, a esquerda política e o STF, além de utilizar retórica extremista de teor anticomunista e associada a movimentos como o QAnon. Francisco também mencionava, de forma simbólica, datas e eventos como pretexto para iniciar uma revolução, intensificando suas ameaças em tom de ironia e misturando elementos políticos e religiosos.
Após estacionar um carro e lançar explosivos nas proximidades do anexo da Câmara dos Deputados, Francisco tentou se aproximar do STF, onde acabou morto em confronto com a segurança do tribunal. Ele vestia roupas que faziam referência ao personagem Coringa e, antes de sua morte, acionou um artefato explosivo próximo à cabeça, causando sua própria morte no local. O incidente foi parte de um movimento que gerou preocupações sobre a crescente radicalização e o uso das redes sociais para incitação de atos violentos no país.