O debate sobre o futuro da política externa dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump ou Kamala Harris revela visões contrastantes. Enquanto Kamala é vista como uma continuidade da abordagem de Joe Biden, com pouca experiência no cenário internacional e uma tendência de retração americana, Trump promete um retorno a uma postura mais ativa e agressiva. A expectativa é de que, se reeleito, Trump se aproxime da Rússia, reforce seu apoio a Israel e adote uma postura mais enérgica em relação à China, particularmente em termos de comércio.
Trump é esperado para implementar um aumento nas tarifas comerciais, promovendo uma política mais protecionista, o que pode beneficiar o Brasil, especialmente nas exportações de carne e outros produtos. A análise sugere que, com as tarifas dos EUA aumentando, a China poderia responder elevando suas próprias tarifas, o que poderia abrir novos mercados para o Brasil em setores como carne bovina, suína e de aves, além do algodão. No entanto, a soja, principal produto de exportação, deve manter a dinâmica atual, já que a China continua a buscar fornecedores em ambas as metades do ano, devido à complementaridade das safras.
Essas previsões refletem um cenário de incerteza e dinâmica comercial que poderá impactar significativamente o setor agrícola brasileiro. A dependência do Brasil em relação à China para suas exportações agrícolas sugere que qualquer alteração nas políticas comerciais dos EUA pode ter repercussões diretas na economia brasileira. Assim, tanto o ambiente político quanto as decisões comerciais na nova administração americana serão cruciais para moldar o futuro das relações comerciais entre os países.