O Questionário Pré-Copom (QPC) revela que a maioria dos analistas espera que o Banco Central continue a elevar os juros em 0,5 ponto porcentual nas próximas reuniões, em dezembro e janeiro, o que levaria a Selic a 12,25% no início de 2024. Em relação à inflação, a expectativa é que o IPCA de 2024 fique em 4,60%, acima do teto da meta de 4,50%, com a projeção de uma inflação de 4,04% para 2025. Os preços administrados e os serviços continuam a pressionar os índices inflacionários, e uma parte significativa dos analistas prevê um viés de alta para os dois próximos anos.
A economia brasileira deve crescer 3,1% em 2024, com destaque para o consumo das famílias e a Formação Bruta de Capital Fixo, que terão aumentos consideráveis. No entanto, a agropecuária deverá enfrentar uma retração de 1,3%. Para 2025, as estimativas de crescimento são mais moderadas, com um avanço do PIB de 1,9%. O mercado de trabalho também apresenta sinais positivos, com o desemprego projetado para fechar 2024 em 6,4%, mas espera-se que o índice suba para 7% em 2025.
No setor fiscal, os analistas veem um quadro preocupante, com um déficit primário esperado de R$ 67 bilhões em 2024, acima da meta estabelecida. Para 2025, a estimativa é de um aumento desse rombo para R$ 98 bilhões. A dívida bruta do governo também tende a crescer, alcançando 81,6% do PIB no próximo ano. O cenário fiscal ainda é considerado desfavorável, apesar dos esforços do governo para implementar cortes de gastos e ajustar as contas públicas.