Um empresário delator, recentemente envolvido em investigações sobre o crime organizado, foi assassinado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, enquanto desembarcava com sua namorada. A vítima carregava uma mala com joias avaliadas em R$ 1 milhão e estava acompanhada de cinco seguranças particulares. O crime aconteceu em uma área de desembarque movimentada e foi capturado por câmeras de segurança, mostrando os disparos realizados por dois homens encapuzados. Testemunhas relataram que um dos seguranças tentou se proteger, enquanto os demais afirmaram ter sofrido problemas técnicos com o veículo que os impediu de estar no local no momento do crime.
A investigação inicial indica que os policiais militares envolvidos na segurança do empresário foram contratados para o serviço por meio de um tenente da Polícia Militar, prática considerada ilegal pelo regulamento disciplinar da corporação. Depoimentos prestados à Corregedoria da PM e ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) mencionam falhas e decisões controversas na operação de escolta, como uma pausa em um posto de gasolina antes de chegar ao aeroporto. Esses atrasos e o relato de problemas mecânicos em um dos veículos despertaram a suspeita de que as falhas na escolta podem ter sido premeditadas, favorecendo a execução.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou que os policiais envolvidos foram afastados das atividades operacionais até o fim das investigações, ressaltando que atividades externas à corporação constituem infração disciplinar. A Polícia Civil segue investigando o caso, enquanto uma das linhas de investigação examina a possibilidade de conluio entre os seguranças e os executores, visto que o empresário havia colaborado em investigações delicadas sobre o crime organizado paulista.