O ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, avaliou a recente derrota do partido Democrata nas eleições norte-americanas, atribuindo-a à percepção pública sobre a inflação durante a gestão de Joe Biden. Segundo Malan, apesar de a inflação nos EUA ter começado a convergir para a meta, a população americana sente o custo de vida elevado, responsabilizando a administração atual por não controlar efetivamente os preços, especialmente após a pandemia e os problemas na cadeia de suprimentos. Esse sentimento teria impulsionado eleitores a preferirem a oposição, como observado na vitória de Trump.
Malan também comparou a situação dos Estados Unidos com a do Brasil, destacando que o controle da inflação é fundamental para qualquer governo, independentemente de sua orientação ideológica. Ele argumenta que governantes que negligenciam a alta dos preços são penalizados nas urnas, como aconteceu com Biden, cuja administração foi vista como menos eficaz no controle inflacionário em comparação com o período de Trump. A postura de rigor com a inflação, segundo Malan, é valorizada pelos eleitores tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.
No Brasil, o cenário inflacionário também traz desafios, com projeções acima da meta estipulada pelo governo. O Banco Central já admite que a meta de inflação de 2024 poderá ser descumprida, o que exigirá justificativas ao Congresso caso se confirme. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de discussões com o presidente Lula e sua equipe para definir cortes de gastos como forma de tentar conter a inflação e assegurar a confiança econômica.