A ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina criticou a retratação pública do CEO do Carrefour da França, Alexandre Bompard, após o episódio envolvendo as carnes brasileiras. Para Tereza Cristina, a resposta do CEO foi insuficiente e protocolar, não abordando adequadamente os danos causados à imagem dos produtos brasileiros no mercado internacional. Ela destacou que a reação inicial do Brasil foi firme, mas que a desculpa apresentada por Bompard não foi à altura da situação, especialmente em relação à importância econômica da França.
O incidente teve início quando Bompard anunciou, em suas redes sociais, que o Carrefour francês não mais comercializaria carnes provenientes do Mercosul, alegando que esses produtos não atendiam às normas do mercado francês. Em resposta, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento ao Carrefour no Brasil e condicionaram a retomada do fornecimento a uma retratação pública do CEO. Tereza Cristina também observou que as declarações de outros executivos, como os da Tereos e do Intermarché, coincidiam com o andamento das negociações para o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, ao qual a França se opõe.
A senadora defendeu que o Brasil deveria responder de forma equilibrada e não cair em provocações que possam prejudicar ainda mais o comércio bilateral. Ela ainda lembrou que convidou o embaixador francês no Brasil, Emanuel Lenain, para esclarecer as atitudes do governo francês em relação ao agronegócio brasileiro no Senado, especialmente após declarações da ministra da Agricultura da França, que, segundo Tereza Cristina, estavam recheadas de equívocos. A ex-ministra também reiterou seu apoio à aprovação da lei de reciprocidade ambiental, em uma tentativa de equilibrar as relações comerciais.