A decisão do Carrefour França de suspender a compra de carne do Mercosul gerou debates sobre as relações comerciais entre o Brasil e a Europa. O CEO da empresa declarou que a medida visa inspirar outras organizações europeias a adotar posturas semelhantes, mas especialistas brasileiros enxergam o movimento como parte de um protecionismo francês que contrasta com a longa parceria histórica no comércio de alimentos.
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), destacou que, embora as vendas para a Europa não sejam essenciais para o Brasil, elas têm papel significativo na segurança alimentar europeia, especialmente em países com populações vulneráveis. Ele defendeu que a carne brasileira complementa a demanda europeia de forma sustentável e criticou a postura do Carrefour como infundada e desconectada da realidade do mercado global.
Santin também pontuou que, enquanto o Brasil busca expandir sua presença no mercado internacional, a França parece optar por políticas protecionistas que podem prejudicar o equilíbrio econômico entre as regiões. Apesar da tensão, ele reforçou o interesse do Brasil em manter uma relação cooperativa com os processadores e consumidores europeus, sinalizando a importância de um comércio mutuamente benéfico.