Os Estados Unidos ampliam a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro ao reconhecer o opositor Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela e avançar com um projeto de lei que restringe contratos com empresas que mantêm negócios com o governo venezuelano. A proposta, intitulada “Proibição de Transações e Arrendamentos com o Regime Autoritário Ilegítimo Venezuelano”, recebeu apoio bipartidário na Câmara dos Representantes e aguarda aprovação no Senado e sanção presidencial. O objetivo é endurecer as sanções já existentes, reforçando a postura de Washington contra Maduro.
Caracas reagiu duramente, classificando o projeto de lei como um “ataque criminoso” que busca restringir a cooperação econômica e viola princípios da Carta da ONU. A medida se soma a centenas de outras sanções impostas pelos EUA desde 2019, principalmente no setor petrolífero, onde algumas empresas, como a americana Chevron, operam sob licenças especiais. Analistas apontam que a legislação tem impacto limitado, mas sinaliza uma postura mais agressiva para os próximos anos.
Com a possível consolidação do governo republicano, liderado por Donald Trump, analistas prevêem políticas ainda mais rígidas, com a manutenção e ampliação das sanções contra a Venezuela. A escolha de figuras conhecidas por sua postura firme sobre a região, como Marco Rubio e Mike Waltz, sugere um endurecimento do discurso e ações contra o governo Maduro. Especialistas destacam que a retórica e as sanções podem afetar não apenas o governo venezuelano, mas também as relações internacionais de Washington na América Latina.