O ETF Global X MSCI Argentina (ARGT) teve entradas recordes, recebendo US$ 144 milhões na semana encerrada em 22 de novembro, com destaque para os US$ 88 milhões que entraram apenas na sexta-feira. O fundo, que oferece uma forma indireta de investir no mercado acionário argentino, viu seus ativos crescerem substancialmente, saltando de US$ 104 milhões no momento em que Javier Milei assumiu a presidência para cerca de US$ 750 milhões. Esse crescimento reflete a confiança dos investidores nas ações do governo, como o superávit fiscal, a queda da inflação e a recuperação econômica inicial.
Embora a economia da Argentina apresente sinais positivos, como a inflação mensal caindo para 2,7% em outubro e um fluxo de US$ 20 bilhões devido a um programa de anistia fiscal, os investidores estão atentos aos desafios futuros. A principal preocupação é a remoção dos controles de capital, uma medida prevista pelo governo para 2025. Especialistas alertam que, se o governo conseguir eliminar esses controles sem gerar uma desvalorização abrupta do peso ou uma alta da inflação, isso pode sinalizar uma recuperação econômica duradoura e consolidada.
Apesar do otimismo com as reformas fiscais e a desregulamentação, ainda há incertezas sobre a sustentabilidade da recuperação. O país já vivenciou episódios semelhantes no passado, com fluxos de capital que saíram rapidamente após mudanças políticas. No entanto, alguns analistas, como os do Morgan Stanley, destacam que as medidas adotadas até agora superaram as expectativas e sugerem que a Argentina pode se tornar um modelo para a região, caso as reformas se mostrem eficazes e a confiança no governo se mantenha estável.