Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que o consumo de bebidas alcoólicas causou 104,8 mil mortes no Brasil em 2019, representando uma média de 12 óbitos por hora. Além do impacto devastador na saúde, o consumo de álcool acarretou custos estimados em R$ 18,8 bilhões para o país, sendo R$ 1,1 bilhão relacionados a hospitalizações e atendimentos ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS). Os custos indiretos, que incluem perdas de produtividade e aposentadorias precoces devido a doenças associadas ao consumo, somaram R$ 17,7 bilhões.
O estudo revelou que os homens são os mais afetados, representando 86% das mortes relacionadas ao álcool, com doenças cardiovasculares, acidentes e violência sendo as principais causas. Em contrapartida, as mulheres, que correspondem a 14% dos óbitos, enfrentam principalmente doenças cardiovasculares e tipos variados de câncer. Os pesquisadores destacaram que, embora as mulheres consumam menos álcool em comparação aos homens, o número de episódios de abuso entre elas aumentou significativamente, sinalizando uma tendência preocupante que requer atenção.
Os especialistas enfatizam a necessidade de políticas públicas, como a implementação de impostos seletivos sobre bebidas alcoólicas, como uma forma de reduzir o consumo e suas consequências sociais. A análise, que se baseou em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), sugere que medidas efetivas podem não apenas salvar vidas, mas também aliviar o fardo financeiro que o álcool impõe à sociedade. Além disso, os pesquisadores ressaltam que o custo real do consumo de álcool no Brasil é provavelmente ainda maior do que o estimado, considerando a falta de dados sobre o setor privado de saúde e as perdas econômicas gerais.