Passar longos períodos sentado durante o dia, mesmo que acompanhado de exercícios físicos nas horas vagas, pode aumentar significativamente o risco de doenças cardíacas, segundo uma pesquisa recente. O estudo, realizado com dados de quase 90 mil pessoas monitoradas por acelerômetros, revelou que o excesso de tempo sedentário está relacionado a condições como derrame, ataque cardíaco e insuficiência cardíaca. Os pesquisadores recomendaram limitar o tempo sentado a 10,6 horas diárias, ressaltando que, embora não seja uma regra rígida, é um parâmetro inicial para intervenções em saúde pública.
Os efeitos nocivos de permanecer sentado por longos períodos estão ligados à inatividade muscular, que prejudica a regulação de açúcares e gorduras no sangue. Pequenas pausas para se movimentar durante o dia, como caminhar alguns minutos a cada meia hora ou ao fim de uma tarefa, podem ajudar a reduzir esses riscos. Por outro lado, medidas como usar mesas de pé não são suficientes para estimular os músculos de forma eficaz. O estudo também destacou que exercícios intensos no fim do dia, embora benéficos, não compensam completamente os danos do sedentarismo prolongado.
Apesar das limitações do estudo, como sua amostra predominantemente branca e de origem europeia, as descobertas reforçam a importância de integrar movimento no cotidiano, independentemente do nível de atividade física habitual. Especialistas recomendam que as pessoas busquem formas práticas de aumentar o movimento ao longo do dia, como caminhadas durante reuniões ou o uso de equipamentos que promovam atividade no trabalho. O exercício físico continua sendo essencial, mas deve ser complementado por estratégias para minimizar os períodos de sedentarismo.