Pesquisadores confirmaram o primeiro caso de transmissão vertical do vírus oropouche, registrado no Ceará, após análise detalhada de tecidos de um feto e da placenta. O vírus, transmitido pelo mosquito-pólvora, foi detectado em múltiplas amostras, e o sequenciamento genético confirmou sua relação com linhagens do surto recente na região. Este caso reforça a necessidade de vigilância diante de sintomas suspeitos em gestantes, como febre e dores musculares, já que a infecção pode causar complicações graves, como morte fetal.
Outros estudos, como o publicado no The Lancet, também apontam a possibilidade de transmissão vertical do vírus, com casos investigados em estados como Pernambuco e Pará, relacionados a desfechos desfavoráveis, incluindo abortos e microcefalia. A doença, historicamente concentrada na região amazônica, tem sido subnotificada em outras áreas do Brasil, mas com a ampliação dos diagnósticos, novos surtos têm sido detectados em várias regiões do país, inclusive no Sul.
A febre oropouche, causada pelo arbovírus OROV, geralmente apresenta sintomas leves, como febre e dores musculares, mas pode levar a complicações mais graves. Não há tratamento ou vacina específica, e a prevenção se baseia em evitar a picada do mosquito transmissor por meio de uso de repelentes, roupas compridas e telas de proteção, além de medidas para eliminar focos de reprodução do inseto. Os especialistas alertam para a necessidade de mais estudos sobre o impacto da doença e sua transmissão na gestação.